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Rigneer, Pai de Rodrigo, em 1995 e Rodrigo, em 2010 - pilotando a moto no mesmo lugar, na Ilha de Itaparica, BA - a moto já faz parte da família! |
Sabe quando a gente diz que determinada moto não tem preço? Pois é, elas têm ligação com a família e criam intensos laços de afetividade que nenhum dinheiro é capaz de quebrar. Pois um desses casos chegou através do estudante de direito Rodrigo Alonso. Ele tem uma Honda XLX 250R, ano 1987, em sua garagem. A moto está em ótimas condições, acabou de completar 100 mil km rodados e tem aquelas cores instigantes que lembram os modelos Husqvarna dos anos de 1980. Até então nada de especial, mas o que chamou nossa atenção é a relação que a família, que mora em Salvador (BA), vive de forma intensa com esse exemplar da XLX.
Mas, a historia que conto hoje é tão legal, que achei melhor deixar a parte técnica de lado, quem se interessar por saber mais detalhes a respeito do modelo XLX250R, recomendo ler essas duas matérias que publicamos anteriormente - Honda XLX250R e Honda XLX250R 1 Carburador.
Então o Rodrigo chegou!
Em 1995 nascia o Rodrigo e assim começou convivência da terceira geração da família com a XLX 250R. Confira um pouco mais dessa história lendo o relato que o próprio Rodrigo mandou para o MotosClássicas80.![]() |
Rodrigo, seu pai e os primos "andar na XL era uma grande festa" afirma o estudante de direito |
Com o passar dos anos, fui ficando maior e comecei a andar na garupa. Me recordo que boa parte da minha infância saia na garupa do meu pai para algumas voltinhas mesmo sendo trajetos bem curtinhos.
Trajetos
Uma das maiores recordações da minha infância são os trajetos que fiz com meu pai e com meu avô. Naquela época, o lugar que morávamos não tinha garagem para guardar nosso carro que ficava estacionado numa garagem a uma quadra de casa. Assim, um dos principais trajetos que realizava com ele era o caminho da nossa antiga residência ao estacionamento onde ficava o carro. Recordo que sempre quando íamos de moto buscar o carro era animação pura, já que o caminho contava com varias subidas e descidas emocionantes.Então chegou a minha vez
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Rodrigo e a mãe, ele foi criado na garupa da XLX |
Para mim era um desafio ligar o motor. A moto era alta e o pedal de partida tinha (e tem) uma compressão forte. Como na minha infância não tinha tanta força nas pernas, eu demorava bastante para dar partida.
Recordo que quando meu pai chegou de viagem, fomos na garagem ligar a moto (ele achava que a moto estava há muito tempo parada), eu fiz questão de ligar e logo em seguida engatei a marcha e sai andando!
Ele não acreditava que eu já sabia andar na motoca. Aí ele me ensinou métodos fáceis de aliviar a
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Rodrigo (de bermuda) e o pai, "a moto criou fortes elos em nossa família" |
A sensação de ter nas mãos o enorme guidão da XLX é inesquecível. O guidão tem praticamente 82cm de comprimento, o que torna essa peça extremamente grande se comparado às motos de hoje. Porem a sensação de pilotar essa moto com esse guidão é muito satisfatória já que a sensação é estar "voando segurando nas pontas das asas de um avião".
A experiência é única com um passeio agradável e inesquecível. Como a própria propaganda da época dizia, “a moto é a asa da liberdade”
Por fim somente aos 18 anos, quando tirei minha carta de motorista (AB), comecei a pilotar a XLX nas ruas de Salvador.
A moto já tem 30 anos na família e nunca tomou nenhum tombo ou acidente grave. Somente uma vez que colocamos a moto na areia e a pedra que apoiava o descanso rachou e a moto caiu para o lado.
Caso de família
Não tenho duvidas que a XLX ajudou a construir a minha relação com meu pai e meu avô, pois os passeios que fizemos quando eu era pequeno foram marcantes para a minha vida. Todos os ensinamentos de meu pai com relação à mecânica da moto também foram fundamentais para mim. Todos da família sabem o quanto essa moto representa para a gente, todos sabem o carinho que eu e meu pai temos por ela.
Até nos momentos mais tristes da nossa família – que foi o falecimento do meu irmão Ricardo (foto à esquerda) – essa moto “esteve ao nosso lado”. Hoje eu e meu pai conversamos muito sobre a moto, sobre as caçadas incansáveis atrás de peças originais, conversamos muito sobre a manutenção dela, descemos as vezes para a garagem e ficamos lá mexendo em alguma coisa dela.Com toda certeza, ela é um elemento que influencia na minha relação com meu pai e meu avo”.
Nota do editor: Depois desse relato, acho que ninguém duvida que essa moto não tem preço, não é mesmo!!!
Comentários
Ela é tão linda e marcante pra vocês que poderiam chama-la XLS 250R Alonso....pois quando há amor tudo é possível. Fica a dica.
Amei a matéria! Abraços, Glaucy.
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