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Lendo o excelente post sobre a Yamaha DT 180 lembrei-me da primeira viagem da minha esposa pilotando uma motocicleta.
Um pouco antes do lançamento da DT 180 a Yamaha lançou a TT 125 e eu comprei uma pra minha esposa que nem sabia andar de bicicleta. Depois de um treinamento inicial intensivo e alguns passeios curtos sem habilitação ela tirou sua esperada e tão desejada carta. Foi quando comprei minha primeira DT 180. Aquela vermelhinha linda de morrer.
O Victor, um médico argentino meu vizinho, e o Lupércio, seu colega de trabalho da mesma equipe de anestesistas tinham DTs e nos convidaram pra um churrasco em São Sebastião.
Suas esposas já estavam na praia e nós iríamos no sábado levando o material do churrasco do domingo e resolvemos descer a serra pela Estrada da Petrobras para conhecê-la e colocar as nossas trails pra trabalhar.
A TT 125 era a única que tinha bagageiro, então a Rose ficou incumbida de levar o carvão, a carne e os utensílios para o preparo do churrasco.
Na época a coragem da patroa era muito maior que a habilidade e lá fomos nós pelo asfalto até Salesópolis, meu irmão, o Victor, o Lupércio e eu com as DT 180 e a Rose, amaciando sua carta, com a TT 125, cada vez mais animada por estar conseguindo acompanhar, sem dificuldade, o ritmo dos marmanjos. Entramos na estradinha de terra da Petrobras com muita pedra solta de todos os tamanhos e prosseguimos agora num ritmo bem mais lento compatível com as suspensões das DTs mas um pouco alto para as suspensões da TT e da habilidade da piloto.
A Rose que não tinha nenhuma experiência no off-road e com a moto carregada, empolgada com a nova aventura tentou acompanhar a turma e já na primeira curva comprou um terreninho que pagou com um dos espelhos retrovisores. Obviamente diminuímos a tocada e chegamos a São Sebastião no começo da tarde depois de mais alguns tombinhos da patroa, felizmente sem consequências. Quando a convidamos para conhecer a Praia de Castelhanos em Ilha Bela depois do almoço ela retrucou: daqui não saio daqui ninguém me tira.
A volta no Domingo foi outra aventura. Depois do churrasco a saída foi sendo protelada e quando resolvemos pegar a Rio-Santos que na época ainda tinha alguns trechos pela praia e inúmeras pontes estreitas de madeira já começava escurecer e a Rose pagou todos os seus pecados. Apesar de tudo ela sempre recorda desta primeira viagem com muita alegria e não se arrepende de ter encarado o desafio. Outros grandes desafios vieram e ela sempre foi uma heroína, ora pilotando, ora na minha garupa.
Como médico, Dr Décio não sabe dizer se o motociclismo é uma doença hereditária ou se pegou o vírus ao andar no tanque da moto do pai, uma Triumph 500, aos 7 anos de idade, quando ele e mais três amigos, em 1949 se preparavam pra ir até a Argentina. Foi um dos fundadores da pioneira equipe de enduro “Alice no pais das trilhas”. É um motociclista de mão cheia, daqueles que, ainda hoje em dia, encara o transito de SP em sua BMW GS1250 diariamente, é também um aventureiro de primeira linha, cruzou a transamazônica em algumas ocasiões, em 1983, 1988, foi ao México, USA, Alasca, praticamente toda América do Sul…em cima de uma motocicleta. Liderou alguns passeios de eventura pela Off Rush com as KTM e ha alguns anos organiza os passeios do Caltabiano Moto Club com as BMW
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Muito show a historia Decio.
Tenho uma TT 125 idêntica a das fotos
É sensacional quando a companheiro compartilha conosco o gosto pela motocicletas. E se ela ainda pilota a própria motocicleta, sensacional!
Corrigindo, a companheira.