A Partida à Pedal
E aos poucos a partida à pedal caiu em desuso!…
Nos dias de hoje são raras as opções de motos com partida à pedal, a enorme maioria (excluindo-se ai motos muito básicas pra frotistas) vem equipada com a partida elétrica!
Uma simples Honda Biz já tem esse item de série, na CG125 é opcional… afinal de contas é um grande conforto!
Um item bem corriqueiro hoje, tal qual é a partida na chave nos automóveis, antigamente não era bem assim…
Assim como nos carros, esses num passado bem mais remoto, o acionamento da motocicleta era puramente mecânico e dependia do condutor (enquanto na moto era à pedal, no carro era à manivela).
Oras, hoje depende do condutor também, pois se ele não acionar o botão da partida elétrica, a moto não parte! É fato! mas a palavra dependência tem uma profundidade um pouco maior neste caso.
Cada moto tinha o seu macete, as suas manhas, pra que fosse colocada em funcionamento, mas o incrível é que o macete não era padronizado e muito menos classificado por modelo, algo do tipo: XL250R – levanta o afogador, da uma bombada no acelerador, força no pedal que ela pega… não, nada disso, cada unidade tinha suas particularidades… como se fossem indivíduos!
– quando cedo, manha fria, 10 bombadas no acelerador, puxar o afogador e uma pedalada forte resolvem? talvez..
– depois do motor aquecido, se tocasse no acelerador afogava a moto, e ai meu amigo… ai a coisa pegava (no sentido figurado, pois na realidade, ela não pegava!).
As receitas eram as mais variadas, não deixavam de ser divertidas, e o motociclista que dominava essa técnica era admirado pelo grupo:
Essa foi recente: no dia em que levei minha XL250R ao Automóvel Club de Campinas para vistoria da placa preta, um dos vistoriadores, Roberto Vilarta, fez questão de demonstrar a intimidade com o modelo fazendo-a pegar usando a mão! E fez… Considere que a XL250R é conhecida por ser das mais manhosas motos daquela época pra pegar, conhecida por coices e trancos, hematomas e fraturas…
Naquela época, chegava-se ao extremo em publicar as técnicas (ou seriam mandingas, receitas?) em revistas especializadas!
– vire a chave;
– antes de abrir a torneira;
– 5 bombadas no acelerador;
– dê uma pedalada devagar;
– abra a torneira;
– mais 5 bombadas, mas em velocidade, no acelerador;
– puxe o afogador com a mão esquerda sem soltar a mão direita do acelerador que deve estar em meio curso;
– pedala com suavidade até o PMS (ponto morto superior) e depois forte com a perna direita (ahhhh direita! mas nem sempre, se estiver numa MZ250, vai ter que usar a esquerda) e vrummmm (caramba, precisava conhecer a técnica da moto, PMS por exemplo, só pra conseguir dar a partida nela?)
Acha piada? Mas não é! E tem mais, até mesmo os manuais do proprietário traziam, ainda que de forma mais séria e um pouco resumida, essa preciosa informação!
Engana-se quem pensa que a curiosidade para realização de tal tarefa era exclusividade daqueles tempos, veja que fazendo uma busca simples no google com as palavras “partida à pedal” e uma infinidade de videos, tutoriais, e até mesmo perguntas se ela estraga o motor aparecem:
Uma vez que o motor entrava em funcionamento, não tínhamos a injeção eletrônica à disposição não é mesmo? pois é, então tinha que ter paciência, praticamente manter-se imóvel sobre a motocicleta para que ela não morresse, se tocasse no acelerador o motor poderia morrer, se descesse da moto talvez acontecesse o mesmo… ficávamos lá, quietinhos, com cara de paisagem que ela ia firmando, firmando, firmando… dai dava pra abaixar o afogador e tentar sair. É, tentar, não dava pra garantir nada!
Depois de um tempo, já habituados a moto, parecíamos jogadores de poker, fazendo mimicas, movimentos, gestos, simpatias até pra fazer a moto funcionar…
Afogou?? Ahhh se fosse uma CG, ou DT tudo bem, pois o pedal era leve. Se fosse uma XLX350R, valia a pena ir atras de uma descida pra faze-la pegar no tranco, ou sentar e chorar. Porque a situação beirava o absurdo pra ser revertida!
Emprestar moto pro amigo era uma temeridade, pois apenas o dono conhecia seus macetes! E o “visitante” invariavelmente passava vergonha!
Adriano, meu amigo, tinha uma Ténéré 600, igualzinha a que tive, só que a dele estava com problema na partida elétrica. Os primeiros modelos da Ténéré 600 lançados no Brasil vinham, alem da partida elétrica, com o pedal de partida. Adriano tinha que se virar com o segundo recurso! Haja perna! A minha Ténéré ficou sem bateria em algumas ocasiões, era de lascar!
Isso foi mudando gradualmente, e em uma descendência de cilindradas a partir do final dos anos 80, quando as ditas motos grandes (na época as 400 a 750cc) já possuíam esse equipamento, e as média e baixa cilindradas (naqueles tempos abaixo de 400cc) não desfrutavam desse conforto!
Portanto, o prazer da partida à pedal está neste momento quase que reservado exclusivamente aos colecionadores. Desde uma partida absolutamente fácil como uma 2 tempos (DT, Agrales, até mesmo a RD350R tinham partidas muito fáceis, leves..), até as partidas mais “técnicas” como as Honda 250 e 350cc, cada uma com seu macete.
Não posso negar que tenho enorme prazer em levar algum visitante a minha garagem e exibir-me fazendo qualquer uma das velhinhas pegar em apenas uma pedalada! – as vezes passo vergonha, mas é raro!
Se hoje já acontece, imagine só como será daqui uns 10 anos – formar-se-a uma rodinha em torno do motociclista e sua clássica no momento da partida!
E dá-lhe no pedal!
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Descobri seu blog a pouco tempo e estou me deliciando lendo as matérias antigas, mas me deparei com essa e te digo que comprei uma yamaha factor k1 agora em dezembro, 0KM, 125cc, freio a tambor nas duas rodas, carburada e com partida a pedal, mas no meu caso é moloezinha… Meu pai tinha um amigo que com sua XLX350 penava pra liga-la, as vezes até machucando seu joelho…
Descobri seu blog a pouco tempo e estou me deliciando lendo as matérias antigas, mas me deparei com essa e te digo que comprei uma yamaha factor k1 agora em dezembro, 0KM, 125cc, freio a tambor nas duas rodas, carburada e com partida a pedal, mas no meu caso é moloezinha… Meu pai tinha um amigo que com sua XLX350 penava pra liga-la, as vezes até machucando seu joelho…
Descobri seu blog a pouco tempo e estou me deliciando lendo as matérias antigas, mas me deparei com essa e te digo que comprei uma yamaha factor k1 agora em dezembro, 0KM, 125cc, freio a tambor nas duas rodas, carburada e com partida a pedal, mas no meu caso é moloezinha… Meu pai tinha um amigo que com sua XLX350 penava pra liga-la, as vezes até machucando seu joelho…
Descobri seu blog a pouco tempo e estou me deliciando lendo as matérias antigas, mas me deparei com essa e te digo que comprei uma yamaha factor k1 agora em dezembro, 0KM, 125cc, freio a tambor nas duas rodas, carburada e com partida a pedal, mas no meu caso é moloezinha… Meu pai tinha um amigo que com sua XLX350 penava pra liga-la, as vezes até machucando seu joelho…
Eu gosto de ligar no pedal, é saudosismo e faz parte. Na minha época era só as consideradas grandes que tinham esse recurso.
Eu gosto de ligar no pedal, é saudosismo e faz parte. Na minha época era só as consideradas grandes que tinham esse recurso.
Eu gosto de ligar no pedal, é saudosismo e faz parte. Na minha época era só as consideradas grandes que tinham esse recurso.
Eu gosto de ligar no pedal, é saudosismo e faz parte. Na minha época era só as consideradas grandes que tinham esse recurso.
Duvido que apaixonados por motos esportivas (conhecedores e saudosistas no assunto, cabaço não vale), tiverem oportunidade de experimentarem ligar uma especial 500 2 tempos, darem tempo para o motor esquentar e derem volta em circuitos. Mudam de idéia rapidinho.
Duvido que apaixonados por motos esportivas (conhecedores e saudosistas no assunto, cabaço não vale), tiverem oportunidade de experimentarem ligar uma especial 500 2 tempos, darem tempo para o motor esquentar e derem volta em circuitos. Mudam de idéia rapidinho.
Duvido que apaixonados por motos esportivas (conhecedores e saudosistas no assunto, cabaço não vale), tiverem oportunidade de experimentarem ligar uma especial 500 2 tempos, darem tempo para o motor esquentar e derem volta em circuitos. Mudam de idéia rapidinho.
Duvido que apaixonados por motos esportivas (conhecedores e saudosistas no assunto, cabaço não vale), tiverem oportunidade de experimentarem ligar uma especial 500 2 tempos, darem tempo para o motor esquentar e derem volta em circuitos. Mudam de idéia rapidinho.
Ligar um dois tempos no pedal, é uma satisfação sem igual. Batido e não mexido.
Ligar um dois tempos no pedal, é uma satisfação sem igual. Batido e não mexido.
Ligar um dois tempos no pedal, é uma satisfação sem igual. Batido e não mexido.
Minha XLX 350R basta 3 bombadas e bombar o pedal até endurecer (PMS). Só bater e pega de primeira. Não troco este prazer por nada.
Minha XLX 350R basta 3 bombadas e bombar o pedal até endurecer (PMS). Só bater e pega de primeira. Não troco este prazer por nada.
Minha XLX 350R basta 3 bombadas e bombar o pedal até endurecer (PMS). Só bater e pega de primeira. Não troco este prazer por nada.
eu tambem não
eu tambem não
Queria saber, se consigo, por uma partida a pedal em uma dragstar?!
Queria saber, se consigo, por uma partida a pedal em uma dragstar?!
Matéria muito interessante! Estou adquirindo minha primeira moto: XL 250 R, 82, recém restaurada, apta a PP.
Seria muito legal um dia tomar um café e ouvir as histórias sobre as motos, afinal, o que eu tenho de idade (27) você tem mais tempo de moto. Também quero fazer o procedimento de placa preta e filiação.
Viva o antigomobilismo
Matéria muito interessante! Estou adquirindo minha primeira moto: XL 250 R, 82, recém restaurada, apta a PP.
Seria muito legal um dia tomar um café e ouvir as histórias sobre as motos, afinal, o que eu tenho de idade (27) você tem mais tempo de moto. Também quero fazer o procedimento de placa preta e filiação.
Viva o antigomobilismo
Matéria muito interessante! Estou adquirindo minha primeira moto: XL 250 R, 82, recém restaurada, apta a PP.
Seria muito legal um dia tomar um café e ouvir as histórias sobre as motos, afinal, o que eu tenho de idade (27) você tem mais tempo de moto. Também quero fazer o procedimento de placa preta e filiação.
Viva o antigomobilismo