Uma pontinha dos anos 90

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Já é tradição, sempre que meu cunhado me visita, vamos dar uma volta com as motos antigas, Rogério é dos poucos caras que frequenta minha garagem, aponta pras motos e escolhe com qual vai sair.

Acontece que fazia um bom tempo que ele não vinha pra cá, e com isso, algumas das motos conhecia apenas por fotografia. Quando a família chegou pra passar o carnaval em casa, todos acomodados, e logo descemos pra garagem pra ver as novidades…

De cara Rogério apontou pra duas que queria experimentar primeiro, e curiosamente não eram motos dos anos 80, eram motos do inicio dos anos 90.

A BMW R100GS PD 1992 e a HONDA NX650 DOMINATOR 1992 foram as escolhidas por ele para o primeiro passeio.

Como aqui somos democráticos, e, apesar do nome “Motos Clássicas 80”, nos permitimos invadir os últimos anos da década de 1970 e os primeiros anos da década de 1990, desta forma vamos, nesta postagem, explorar justamente o “requinte” dos primeiros anos dessa década.  Os exemplares escolhidos nos permitem essa analise:
Logo de cara, nessa primeira fotografia já chama atenção, os 2 freios a disco, dianteiro e traseiro da NX650 Dominator, item de luxo nos anos 1980 e que já começava a se tornar comum nos anos seguintes.  Os aros de alumínio, também comuns ás duas motos desse passeio, começaram a se popularizar no final dos anos 1980…  mas tem muito mais escondido ai.

A R100GS Paris Dakar, trazia já em 1992 pneus sem câmara em rodas raiadas (isso mesmo), suspensão mono braço traseira, tanque de 35 litros (ual!), porta-luvas no tanque (de 5 litros com chave), manoplas aquecidas…  parece descrição de moto moderna não é mesmo?!   era uma moto realmente avançada.

Mas, elas mantinham algo que 90% das motos atuais perderam… o aro 21 na dianteira!!!  ah o aro 21!  aclamado pelos amantes do off road, pelos puristas!   perdeu espaço para os aros menores em prol de maior dirigibilidade no asfalto (precisava mesmo?!?!)…

Outra característica marcante era a total ausência de eletrônica!   São motos que simplesmente não param, mecânica simples, confiável, a toda prova.  Prova disso é que, até hoje, motociclistas levam suas R100GS PD em longas jornadas pelo mundo, motos com 200.000, 300.000 e até maiores quilometragens, sem se importar com gadgets eletrônicos que facilitam a vida, mas vivem encrencando…

Passeio com as motos dos anos 1990…

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A Dominator é meu numero – dizia Rogério ao final do passeio!

Ao subir na R100GSPD, Rogério confessou sentir-se preocupado, a moto assusta no inicio, é grande, “diferentona” como ele definiu.  Havia sido alertado quanto aos freios, a R100 tem freios pouco eficientes, é preciso freiar o dianteiro com os 4 dedos…  Ele notou que os comandos elétricos são os tradicionais BMW, (modelo com o qual a marca insistiu durante muitos anos e tentou fazer diferente do resto do mundo, mas recentemente cedeu a pressão e adotou o padrão mundial), então tinha de “pensar” pra dar seta, buzinava na hora de cancelar a seta, e assim por diante! Nada intuitivo!  Na estrada, sentiu-se pouco mais a vontade!

No entanto, ficou entusiasmado ao olhar no painel e perceber que a moto estava com 98.000km rodados – Parecia ter 10.000 kms, dizia ele!  tudo muito novo, tudo muito justo!   – a tal mecânica alemã!

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Sentiu-se em casa na Honda Dominator

Já quando subiu na Honda Dominator, por conta de sua estatura (1,73m), Rogério sentiu-se mais a vontade, a moto é mais leve, plantou os 2 pés no chão, não havia risco de queimar as canelas nos cilindros expostos – os comandos elétricos eram muito familiares – dizia ele.  – também, pudera, pensei…. a Honda tem o habito de reaproveitar os comandos em vários modelos!

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Estranhou demais a BMW, mas encantou-se com o estado de conservação, depois de quase 30 anos
e 100.000 kms rodados!


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