Quando a raridade troca de mãos…
Essa era uma dúvida que me atazanava! Tirando os já tradicionais e “manjados” anúncios de “moto de colecionador” que, em 90% dos casos, é apenas uma moto velha, mas vez ou outra eu encontrava um colecionador se desfazendo de alguma de suas motocicletas. As vezes consegui comprar assim. Mas afinal, o que leva o colecionador a vender suas joias, garimpadas com tanto carinho?
É obvio…
Claro que entre as razões mais obvias estão o falecimento do colecionador, quando sua família, bem ou mal assessorada acaba se desfazendo dos itens da coleção. Também caso de doenças ou problemas financeiros, quando não faz mais sentido manter o acervo.
…Mas não tão obvio
Mas em algumas situações, não tão obvias, que o colecionador deseja se desfazer de algumas motocas.
Um elefante incomoda muita gente
Parece brincadeira pra quem está começando a colecionar, pois na garagem onde cabe uma moto cabem duas, três. Então, no primeiro momento não há preocupação com espaço. Motos são pequenas se comparadas aos automóveis, e “cabem em qualquer lugar”… Mas sabemos que dois elefantes incomodam muito mais. Quando a coleção começa a crescer, em um dado momento não há mais onde enfiar tanta moto.

Então, a não ser que haja disposição para construir mais e mais galpões, em um momento, se quiser comprar novas motos, tem que ir tirando outras do espaço
Apareceu mais uma
Um jargão comum entre os colecionadores é dizer que “apareceu uma moto”, isso é, mais uma foi em algum canto disponibilizada para venda. Sempre que “aparece” alguma nova velha moto, a comunidade fica em polvorosa. Mas e aquele colecionador que tá mais parecendo um acumulador, pois suas motos estão empilhadas e empoeiradas? Pois é, neste momento que ele acaba vendendo uma de suas raridades. Claro que vai ofertar a de menor apreço e não tão rara, mas pra outro colecionador pode ser de grande interesse.

O colecionador comerciante
E tem também aquele colecionador que tem o comércio nas veias, não gosta de ver seus bens parados e está sempre reciclando seu acervo. Usa sua coleção como show room, é claro que algumas raridades não são vendidas jamais, mas sempre está entrando uma velha-nova e saindo uma nova-velha. Nesse vai e vem, conhece gente, se diverte, encontra novas motos, garimpa algumas que ficam em sua coleção, e de quebra consegue ganhar algum dinheiro nas negociações.

Sempre há esperança
Uma coisa que aprendi nesses anos colecionando é que sempre há esperança. As oportunidades aparecem com certa frequência, é importante ter bom networking para que essas oportunidades apareçam para você, desta forma aquela moto que você acha que se tornou impossível comprar, pode um dia aparecer na sua frente. Ai é hora de encher o peito de ar e gritar primeiro: – Eu fico com ela!

Aos 47 anos, Diego completa 34 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Com mais de 850.000 km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, como piloto de SuperMoto, aventurando-se pela América do Sul em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas, ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 15 certificados internacionais “IronButt”.
Essas clássicas…haja coração. Mas uma Moto Guzzi 1000 SP2, uma Suzuki GS 1000 de 1980, não ocupam espaço, kkkk.