Garagem do colecionador: Honda NX650 Dominator 1992
Mais de uma década havia se passado desde que as Big Trail passaram a habitar nosso planeta – 1975 foi exatamente quando a Yamaha colocou a XT500 no mundo – e desde então, a evolução dessa espécie foi rápida demais – curiosamente, podemos afirmar: “desde que nasceram, não paravam de crescer”.
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Yamaha lançou a linha TDR, com apelo estritamente urbano! |
A Yamaha tinha uma linha chamada TDR, que no Brasil tinha apenas um modelo, derivado da DT180, mas no exterior era bem mais completa (me recordo de uma maravilhosa TDR250 com motor “a água” que me tirou noites de sono). A Honda atacou com uma linha chamada NX, derivada da linha XL, bem mais completa.
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TDR250 1988 me tirou noites de sono na adolescência… tinha aro 18, uma opção mais “fun bike” – mas não existia no Brasil |
O conceito não era bem claro ainda, se a TDR abandonava o aro 21 na dianteira da moto, abrindo mão completamente do off road e dando mais maneabilidade pra motocicleta (indo mais pro caminho do que mais tarde conhecemos como SuperMotard, ou SuperMoto – na época batizada de “Fun Bike”), a linha NX mantinha essa medida de aro dianteiro, tipica e deliciosamente off road, e dava ao piloto a opção de divertir-se no off road nos finais de semana, ainda que não fosse um fora de estrada pesado. Mas, as pesquisas indicavam que o publico normal, não praticava fora de estrada pesado mesmo! Eram apenas passeios por estradas vicinais de terra.
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A Honda foi pouco mais conservadora no inicio, com paralama alto e aro 21 |
A linha NX no mundo foi composta por 8 modelos: NX125 NX150 NX200 NX250 NX350 NX400 NX500 e NX650 – sendo que no Brasil tivemos: NX150 NX200 NX350 Sahara NX400 Falcon e NX650 Dominator, as 4 primeiras fabricadas aqui e a ultima importada do Japão.
Pois bem, a moto que apresentamos hoje é o topo da linha NX, não apenas no Brasil, onde existiu por pouquíssimo tempo, mas no mundo, a NX650 Dominator.
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O topo de linha da família NX é a Dominator – com 650cc, mas mantendo-se fiel a proposta, tipicamente urbana! |
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Motor com abundante torque em baixa rotação e muito elástico, excepcional para uso urbano e em viagens curtas ou mesmo longas, desde que sem muita bagagem ou passageiro. |
Ao sentar na Dominator, a primeira sensação que se tem é que se está sobre uma 350cc, no máximo uma 400cc. A moto é pequena, esguia. Nem mesmo as duas saídas de escapamento conseguem “dar corpo” a ela. Mas ao coloca-la em marcha, percebe-se de cara, que a potencia e torque disponiveis são muito superiores. Porém, diferente das demais 650cc monocilíndricas daquela época (Suzuki DR650 por exemplo), a moto é muito suave, com pouquíssimas vibrações transmitidas ao piloto.
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Painel completo para a época, hoje em dia percebemos que não tem relógio, marcador de combustível e etc… parecido, mas mais simples que o da Falcon, por exemplo… |
Outra constatação imediata é que, em quase todos os semáforos, motociclistas das mais diversas tribos vão te interpelar, e questionar sobre a diferente motocicleta. Primeiro por ela não ter nenhuma indicação da cilindrada, algo pouco comum, alguns pensam ser uma NX400 Falcon customizada, ou uma NX350 Sahara também customizada, outros perguntam se trata-se de algum lançamento da Honda (a marca está bem clara, visível por estar estampada dos dois lados do banco). No mínimo curioso, questionar se uma motocicleta com 26 anos de idade é um lançamento!!! Pois é, as linhas da Dominator eram avançadas pra sua época! E juntando-se ao fato dela não ter sido vista nas ruas do Brasil…
Bem, estreita, pequena, baixa, razoavelmente leve (se comparada as big trail dos anos 1980), e com um corpulento motor de 650cc monocilíndrico deliciosamente macio e confortável, torcudo, elástico. A moto é realmente tudo que um usuário urbano podia desejar, nos anos 1990, e agora também, pois com pouquíssimas atualizações, ela poderia ser vendida ainda hoje. (injeção eletrônica, alguma assistência a frenagem e um painel mais moderninho…).
Com velocidade máxima de 160km/h (facilmente atingida), essa NX atende ao usuário que deseja passear nos finais de semana pela região, levar garupa inclusive, subir aquela serrinha de curvas se torna um grande prazer com a ciclista impecável dessa monocilíndrica japonesa.
Atualmente, ao lado da XLX350R, é das minhas preferidas, entre as minhas clássicas, para o uso no dia a dia – a Dominator leva pequena vantagem por ter partida elétrica, se bem que ligar a XLX350R no pedal me faz sorrir…
Razão ou emoção?
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Afinal, estavam os engenheiros e projetistas certos ao propor essa categoria? |
Citamos acima que, no final dos anos 1980, surgia uma tendencia, racional, que priorizava a utilização urbana acima do visual desértico e aventureiro, o pratico acima do mitológico, a agilidade acima da autonomia – afinal de contas, quantas vezes na sua vida precisou de autonomia acima dos 300km? Eu, sinceramente precisei disso uma ou duas vezes apenas, nas quais, eu pude levar reservatórios de gasolina…
Más, motociclismo não é racional, felizmente, ou não estaria você aqui, amigo leitor, sentado lendo e deliciando-se com paginas e paginas, fotos e mais fotos de motocicletas antigas, não estaríamos “comprando cilindrada, adquirindo desempenho” em um mundo onde a velocidade é limitada (muitas vezes a primeira marcha das motos já atinge o limite legal das vias…). Pois assim foi, e o conceito não foi bem compreendido, as Big Trail seguem ai, firmes e fortes, cada vez maiores, mais “gordas”, mais pesadas, com maior autonomia, com mais potencia, com mais “tudo”, e as trail urbanas aos poucos foram perdendo espaço, tornando-se objetos de coleção, por mais adequadas, gostosas e interessantes que sejam, não conquistaram o coração do consumidor daquele momento – pois é claro! Seus idealizadores esqueceram-se do detalhe: Moto não é razão! é emoção!
Más hoje em dia a procura pela Dominator vem crescendo, por um lado estão customizadores atrás de uma boa base para construir uma “scambler” – a Dominator consagrou-se para essa transformação por sua ciclística e por ter o reservatório de óleo no quadro, como as antigas inglesas, por outro, estão europeus procurando uma moto de custo relativamente baixo e alta robustez, para viajar no verão. E por aqui, como vieram pouquíssimas unidades e na época com preço elevadíssimo, acabou tornando-se um item de coleção, por ser uma raridade.

Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Muito legal relembrar da Dominator, que assim como outras big trails mono, deixaram saudades. Lembro de Kawa Klr 650, Suzy DR 650, Yamaha XT 600/660, Cagiva W16 600, e as italianas não comercializadas aqui como Aprilia Pégaso 650 e a mais nervosa de todas, Gilera RC 600. XT 660 e Suzuki DR continuam sendo comercializadas nos países da América do Sul. Dominator e Aprilia vieram em poucas unidades. Muito se falou sobre a Honda FMX 650 mas nada. Trails mono são pura diversão.
Muito legal relembrar da Dominator, que assim como outras big trails mono, deixaram saudades. Lembro de Kawa Klr 650, Suzy DR 650, Yamaha XT 600/660, Cagiva W16 600, e as italianas não comercializadas aqui como Aprilia Pégaso 650 e a mais nervosa de todas, Gilera RC 600. XT 660 e Suzuki DR continuam sendo comercializadas nos países da América do Sul. Dominator e Aprilia vieram em poucas unidades. Muito se falou sobre a Honda FMX 650 mas nada. Trails mono são pura diversão.
Muito legal relembrar da Dominator, que assim como outras big trails mono, deixaram saudades. Lembro de Kawa Klr 650, Suzy DR 650, Yamaha XT 600/660, Cagiva W16 600, e as italianas não comercializadas aqui como Aprilia Pégaso 650 e a mais nervosa de todas, Gilera RC 600. XT 660 e Suzuki DR continuam sendo comercializadas nos países da América do Sul. Dominator e Aprilia vieram em poucas unidades. Muito se falou sobre a Honda FMX 650 mas nada. Trails mono são pura diversão.
Acabei de comprar uma para minha coleção! Quem quiser saber mais sobre a motoca me segue lá no instagram: @viniciusoandrade
Eu adquiri recentemente, em 2022, uma Honda NX 650 Dominator e Todas as peças de reposição dela ( carenagens das laterais frontais e das traseiras, rabeta, 2 escapamentos, par de bacalhau, painel, farol, paralama + as capas das bengalas, um par de rodas, banco original, o tanque original novinho. Me disseram que é a única Dominator no Paraná, sou de Londrina, Caso queira contactar para falarmos dessa moto meu contato é 43 9 9905 – 8112
um amigo nosso – Daniel – de curitiba tem uma Dominator. a informação ta enganada.
Tive uma NX 650 Dominator na Argentina em 1993! Moto excelente, fina e divertida. Na Argentina havia muitas e até nos dias de hoje vc vê algumas rodando por aí.
Olá, meu nome é Eduardo da cidade de SP. Eu possuo uma Honda VFR Interceptor 800cc, ano 99, vermelha, 31.000Km, manual e impecável. Saberiam vcs avaliar esta moto?
Aguardarei a dica e até,
não fazemos avaliação de moto por fotografia, é impossível. Fazemos apenas presencial. caso tenha interesse, entre em contato em diego.rosa@motosclassicas80.com
Meu pai tem uma Honda Dominator no estado do Amapá entre em contato 96991502791