A moda norte americana….

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Por aqui, anos 1980, não havia muitos “estilos”… eram naked, trail ou esportivas.

Nos anos 1980 por aqui o motociclismo era muito simples, haviam os treeiros com suas DTs, XLs e Agrales – haviam os urbanoides, munidos de CGs, Turunas, MLs, RDs e cia ltda – poucos aventureiros se arriscavam nas estradas, os que faziam usavam as recém lancadas XLX350R ou TÉNÉRÉS de 600cc, pois nossas estradas não eram lá grandes coisas (são atualmente?!?!)…  ahh claro, e no topo da cadeia alimentar estavam os CBzeiros – de 400/450cc ou 750cc esbanjando dourados (quis dizer, cromados) kkk.

Ei!  tá doido?  esqueceu-se das RDs 350?  claro que não, tamanha barulheira seria impossível esquece-las… é que elas estavam atras da nuvem de fumaça!!!!

A RD era a “super esportiva” do momento.

Ai…  começo dos anos 1990…  um tal presidente da república (hei – combinamos de não falar de politica aqui… lembra-se?!  …. – pois é, más to citando um fato histórico apenas..) chamou nossos carros de carroças e abriu o mercado brasileiro às importações.

Entre as motos importadas que começaram a pipocar aqui e ali, esportivas, 1000cc, hiper esportivas, big trail – sonhos de consumo incríveis… viemos a conhecer motos com mais de 100 hps!  Apareceram também outras motos com as quais não estávamos tão acostumados, e essas realmente não faziam parte de nossas histórias, e da nossa cultura motociclística, motos que víamos apenas em filmes,  e especialmente em filmes norte americanos, e que povoou o pais naquele momento da abertura e que depois, lentamente foi perdendo a força…

O que era então?

As custons e choppers.  Uma moda tipicamente norte americana e que, nos anos 1990 atingiram a explosão mundial de “replicas” japonesas, que justamente coincidiu com a abertura do mercado brasileiro às importações, então, foi o momento em que começamos a conviver com aqueles estranhos e brilhantes seres, não era de se espantar, em um mercado fechado há tantos anos, queríamos experimentar de tudo, importadores “testavam” todos os mercados e havia público para tudo – quem é que não se recorda dos icônicos carros russos?!

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A “Festa da Importação”!!! – quem não se lembra deles?  Dos jipinhos “Niva” com certeza muitos se lembram… mas do “Samara” certamente poucos vão recordar…

Bem, e com cromados muuuuuito abundantes, guidões altos, largos, tanques em formato de gota, garupas com encostos, bancos de couro com botões, pinturas no minimo diferentes e alavancadas por uma onda de customizações incrível – vieram as custos e as choppers ao nosso convívio.

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Motovi era licenciada da Harley no Brasil, nos anos 1970

Em realidade, a mais famosa das marcas de motos norte americanas já havia estado por nossas terras antes do fechamento das importações em 1976, a Harley Davidson, mas eram poucas nos anos 1970 se comparadas com a invasão das 4 cilindros japonesas, então, somando isso ao fato de não termos nada de custom durante o período de “isolamento” o que restou delas era insignificante…além das grandes importadas, ela até mesmo produziu motos aqui através da licenciada Motovi – porém elas não tinham essa aparência de custom exageradas como as que vieram depois, lembrava mais uma motocicleta urbana monocilíndrica…

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Easy Rider – um clássico Norte Americano!  más…  será que ele faz parte da nossa cultura?  ele faz sentido pro Brasileiro ou é como ver o “natal com pinheiro e neve”?

Foi uma invasão de Viragos, Shadows, Vulcans, Intruders e cia ltda – entendiam-se serem “estradeiras”, e naquele momento, muitos se lançaram nas estradas com essas motocicletas, no melhor estilo “Easy Rider”, bandana, colete, couro, franjas – saíram pelo Brasil a 40o. centigrados – Brasil de asfalto esburacado – foram com aqueles tanques de autonomia limitadíssima, pra logo entender que… não eram bem adequadas pro nosso país!  Combinavam mais com as highways norte-americanas, com asfalto impecável, estações de serviço a cada esquina e clima temperado.

Podiam ser bonitas (gosto é gosto), podiam remeter a um momento, a uma cultura, a uma fase woodstock…  mas as suspensões de curso pequeno judiavam do garupa, o que parecia ser confortável no primeiro momento, mostrava-se torturante!  O calor aumentava com aqueles motores enormes fritando os ovos do piloto, e, mesmo que se colocasse a “secar sovaco”, a suadeira era gigantesca!  A buraqueira das estradas Brasileiras e a distancia entre postos de gasolina no sertão também jogavam contra!  E, aos poucos, foram desaparecendo!

Na Europa, alguns poucos grupos viajam atualmente com Harleys e Indians.  Aqui, passados 28 anos da abertura das importações,  basicamente sobraram as lendárias Harleys e Indians também, e seus grupos que vivem essa cultura, se sobrepondo a razão, e não devemos tirar a razão deles, estão cobertos de razão – com o perdão do trocadilho – pois é assim que deve ser o motociclismo em realidade!  Pura emoção!

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Harley Road King moderna – bem mais confortável do que as que apareceram
 aqui em 1990…

É claro que hoje em dia existem custons bem mais evoluídas, a linha “Road King” por exemplo da Harley Davidson é um grande exemplo, concorrente da BMW K1600GTL e da Honda Gold Wing, é uma moto feita pra viagens longas, confortável, completa, com autonomia adequada, equipadíssima, e que nada lembra aquelas toscas choppers do filme Easy Rider.

Ainda assim,  ficaram no nicho, e foram suplantadas por Big Trails, Nakeds e Esportivas que definitivamente engoliram o mercado mundial de motocicletas grande cilindrada.


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3 comentários sobre “A moda norte americana….

  • Existem modelos de Harley Davidson tanto do passado como atuais que são verdadeiros trambolhos que no trânsito diariamente congestionado do Rio de Janeiro possuem a mesma versatilidade de um bi-trem scania.

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  • Existem modelos de Harley Davidson tanto do passado como atuais que são verdadeiros trambolhos que no trânsito diariamente congestionado do Rio de Janeiro possuem a mesma versatilidade de um bi-trem scania.

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  • Existem modelos de Harley Davidson tanto do passado como atuais que são verdadeiros trambolhos que no trânsito diariamente congestionado do Rio de Janeiro possuem a mesma versatilidade de um bi-trem scania.

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