Os italianos inventaram moda… mas a moda não pegou!

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A vida era simples demais: – Zé tinha uma trailzinha Honda 125 e sonhava com uma 250. A Pedro provocava a pesadona Honda 750 com sua peso leve, mas apimentada RD350.

Embora os números não fossem consequência direta de desempenho, quase nunca eram. Sabíamos que uma “2 tempos 350” podia andar tanto quanto uma “4 tempos 750”, e que uma trail 180 andava menos que uma street 135… mas pelo menos tínhamos uma referencia do tamanho da moto.
– Era Intuitivo!

Bem, as 125 eram motos pequenas, a partir das 250 entravamos nas médias cilindradas e das 500 pra cima, eram consideradas as grandes!  (muito embora essa classificação não faça mais sentido hoje em dia, pois uma 750cc atualmente é uma média cilindrada por exemplo…)

Neste momento, aparece a Agrale no mercado!  e lança motos com numerações todas esquisitas…

13.527.530.0 ?!?  16.5?

Hei!?! que historia é essa de colocar ponto? Que números são esses?

13.5 seria uma 135 escrita de forma estilizada?  será que é só tirar o ponto?!

Ainda outro dia, conversando via WhatsApp com um leitor que buscava comprar uma Agrale, percebi que ele tinha duvida do que significavam esses números!  Queria comprar uma 16.5 Elefant, mas quando falei pra ele que era uma 125cc se decepcionou…

A confusão faz todo sentido, Essa nomenclatura não é comum, a Agrale lançou isso… a Agrale sumiu … e isso caiu em desuso. Como o que não se usa atrofia… acabou por cair no esquecimento! (se é que na época sabiam também…talvez alguns, mas nem todos, o real significado)

É claro que os Agraleiros de plantão, quando leram o titulo da matéria e bateram o olho na foto de abertura já responderam a questão, mas, e você caro leitor?  sabe o que significam esses números?

Vamos contar um pouco da historia então pra entender isso:

As Agrales que aqui habitaram nos anos 1980, eram nada mais nada menos do que Cagivas, montadas no Brasil.

A Cagiva tinha na Itália uma linha chamada de “Aletta Rossa” que viraram Agrale ao chegar no Brasil, veja na foto abaixo a incrível semelhança.

Note que, não existe menção 13.5, 16.5, 27.5 e muito menos 30.0 ali… existe sim a cilindrada da moto:  “Elefant 125”

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O que a Agrale desejou, quando trouxe a tecnologia Cagiva pro Brasil (detalhe: nunca foi escondido que a tecnologia por trás das Agrales era Cagiva), era uma forma de combater as gigantes Honda e Yamaha.
O Brasileiro, assim como os Norte Americanos, já tinha aprendido a “comprar cilindradas” (Bigger is Better) , e os fabricantes japoneses lançavam a cada ano, motos com maior deslocamento volumétrico, para alavancar as vendas.  Como as motos da Agrale eram de motor com ciclo 2 tempos, com alta tecnologia e desempenho, seu maior apelo era a potencia e não a cilindrada, então, porque não divulgar a potencia e esconder a cilindrada?!
Assim foi feito!

É simples, os modelos 27.5 tem 27,5 cv e 190cc.  Os modelos 30.0 tem o mesmo motor de 190cc, mas com potencia de 30 cavalos.  Já os modelos de 16.5 tem 125cc (como a foto acima) e a pequena 13.5 era uma moto refrigerada a ar, também com 125cc de capacidade cubica.

A potencia era alta realmente, como efeito de comparação, a DT180 (também 2 tempos e com 180cc) gerava apenas 16,6cv, enquanto as 4 tempos  XLX250R – 25 cv e a  XLX350R gerava os mesmos 30 cv da arisca Agrale.

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Penso que eles estavam certos, como fabricantes eram pequenos se comparados aos gigantes Honda/Yamaha e, por exemplo, se tivessem lançado a Dakar 30.0 como “Dakar 200” (ou 190)… será que ela seria páreo para a XLX350R?  Ou a moto teria sido comparada a DT180 naquela época.


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