SUZUKI GSRX1100W 1993 – A peso pesado!
Pegar a rodovia Anhanguera e ir até Ribeirão Preto, talvez seja uma das viagens mais chatas que o motociclista possa fazer… a rodovia é reta, plana, repleta de radares e pedágios, praticamente um deslocamento…
Monótona mesmo? É depende!… Depende! Dessa vez não foi!
Era manhã – bem cedinho mesmo – num sábado de sol e céu azul do verão, quando a temperatura ainda era amena, escolhi na garagem a Suzuki GSXR1100W 1993 pra fazer a viagem, a partir dai a monotonia acabou! A moto foi a atração principal, não apenas pra mim, que me deliciava enquanto a pilotava, mas pros demais motociclistas e motoristas que passavam e notadamente torciam seus pescoços enquanto a veterana passava… Mas chega de enrolar com conversa, vamos mesmo é enrolar o cabo…
Moto na estrada
A experiência de pilotagem é generosa, típica de uma “race bike” do final dos anos 1980 e inicio dos anos 1990, onde o esforço do desenvolvimento todo era voltado pros grandes motores, com potência e torque sobrando, e sem grandes preocupações com os quilinhos a mais! A pilotagem é absolutamente visceral, sem eletrônica alguma para ajudar (ou atrapalhar). Tudo muito simples: Aqui é só você e a motocicleta!
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GSXR1100W 1993 – destrua-a se for capaz! |
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A “aranha” que suporta a carenagem é de aço. A moto tem mais potencia do que a arisca R1 lançada muitos anos depois, porém, pesa 54kg a mais!!!! |
Tudo é muito amplo na GSXR1100W, o enorme tanque com sua superfície plana me convida a deitar e me espalhar sobre ele entre uma curva e outra, no único trecho de curvas da Rod D.Pedro, antes de chegar a Anhanguera. Enquanto me entrego ao tanque percebo o quão espaçosa é a carenagem e a bolha, e noto também a estrutura que a suporta é ainda feita com o pesado e pouco nobre – aço… prova de que o peso não era uma preocupação na grande Suzuki 1100 nos idos de 1990.
A robustez em sua construção é absurda, sem a preocupação com peso, os japoneses criaram uma motocicleta reforçada. Alguns exemplos disso são a alça do garupa, que certamente pesa perto ou mais de 1kg sozinha! Aparentemente de plástico, ela tem “recheio” de aço. As hastes dos espelhos retrovisores, e a “carenagem de farol” também não economizam nesse quesito! Essa ultima parece ser feita de vidro a prova de balas.
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A estrutura que suporta o espelho é igualmente robusta e pesada! |
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A alça do garupa, é pesadona! tem “recheio” de aço também! A moto resiste a ataque nuclear. |
Andando
Imagine-se sem absolutamente nenhum recurso eletrônico, nada nada, sequer um relógio de horas o painel oferece! Isso é legal? Sim, muito! Com entusiasmo eu explico: A eletrônica funciona como uma interface que age interpretando os comandos do usuário e transferindo para a motocicleta, essa interface, as vezes, da a sensação de uma pilotagem “meio emborrachada” – parecendo que há uma borracha entre você e a moto, se você der alguma mancada, a eletrônica corrige a tempo. Aqui não, os comandos são absolutamente diretos, mecânicos mesmo, você comanda e ela obedece imediatamente! Prós? nossa… todos! A pilotagem tona-se deliciosa e depende exclusivamente de você! Diversão garantida! Contras? Se você errar vai pro chão, sem perdão! — ahhh em tempo: Relógio podia ter… não atrapalha em nada!
Potente, mas muito suave!
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O velocímetro dessa versão (importação independente) é bem poluído, nas versões importadas oficialmente já esvaram em KM/H e mais organizados – note que marca até 320km/h (200mph) |
Esse exemplar testado, com apenas 8.000 milhas rodadas e com manutenção rigorosa e absolutamente em dia, me deu confiança a ousar um pouco mais, torcendo o cabo do acelerador. Em uma dessas aceleradas mais fortes, já no final da viagem, sem forçar exageradamente o motor e sem arriscar encontrar o “seu guarda” com o radar pra me dar um pito, estiquei até cerca de 160 – 165mph e havia motor pra um pouco mais (confesso não enxergar com precisão no pequeno e poluído velocímetro a essa velocidade). A moto segue em um trilho, graças ao longo entre-eixos, característica das “Sport Touring”, em detrimento de um comportamento mais afinado em curvas (quando tem tendencia a abrir um pouco a dianteira – mas nada alarmante também!)
O som dos escapamentos originais encanta, poucas pessoas curtiram isso, tenho certeza, pois a moda na época era arrancar tudo logo que a moto chegava e colocar um 4×1 aberto… sem duvida um ronco gostoso! (além do mais ganhava potência e reduzia o peso, drasticamente!) Na estrada, ela, toda original como está, zunia, permitindo escutar a absorção do ar em sua caixa de ar enquanto estava sendo sugado pelos 4 vorazes carburadores ao comando da minha mão direita. Uma música!
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O escapamento: lá vou eu novamente falar de peso… são lindos! Mas são duas ponteiras e todas em inox! Se por um lado, como tudo na moto, não estragam nunca! por outro pesam uma barbaridade! |
Apesar de ter rodado 300km em uma “puxada” só naquela manhã de sábado, eu me sentia absolutamente confortável para tocar mais muitos quilômetros. O conforto das esportivas “peso pesado” – que mais tarde vieram a ser batizadas de Sport Touring ou “Sport Tourer” para as mais potentes – é incrível e eu havia me esquecido como era bom viajar nelas. Para o leitor que quer uma referencia rápida de uma moto moderna que “lembre” o conforto e a tocada da GSXR1100W, vou direto na veia: A Hayabusa! Sem duvida, uma esportiva que te permite viajar, levar garupa, levar bagagem, rodar muitos quilômetros em um dia… e não “passar vergonha” quando resolver torcer a mão direta.
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A proteção da carenagem é excelente! Mesmo para pilotos de grande estatura como eu. |
Com seus 26 anos de idade, a grande Suzuki ainda impressiona, e muito! Torce pescoço de motociclistas e até de motoristas quando está rodando pelas estradas, até algumas buzinadas e “joias” recebeu! Também, pudera, é linda! Clássica!
O guidão e a estrada…

Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Parabéns, linda demais.
Parabéns, linda demais.
Parabéns, linda demais.
Bela matéria, parabéns. Tenho uma ano 94 na cor roxa. Abs.
Tenho uma melhor duque essa tenho a 1100 modelo de 1992 ultima geração de motores de Refrigeração a ar e Óleo e 100% original…..