O Vírus do Deserto!
Apesar da grande quilometragem que rodei em cima de motos esportivas nos últimos 17 anos, considero-me um “Ténéréiro”!
Em 1990 deixei o interior de SP para viver em Blumenau (SC). Tinha apenas 18 anos, já possuía e pilotava motos há 5 anos. Com pouca grana no bolso, não hesitei em desfazer-me de minha VW Parati, e “em nome da economia”, montar em uma XT600Z 1988.
Pra quem não frequenta aquela região imagina que é uma região fria, e de fato é, porém no verão o calor supera e muito o que estamos acostumados na região sudeste! Abafado, se aproximando dos 40 graus com alguma frequência.
Na época eu era vendedor de bens de informatica e trabalhava de gravata diariamente, o que não era exatamente uma combinação perfeita: moto, calor, gravata, temporais de verão… mas nos finais de semana eu “me vingava”, quando colocava a Ténéré na estrada e rumava pro litoral.
Ali, em cima daquela XT600 88, eu fiz os primeiros planos de aventura em uma motocicleta! Sonhos que felizmente vieram a se concretizar nos anos seguintes, com outras motos… Mas enfim, foi a minha primeira Ténéré, e o “Vírus do Deserto” havia me picado.
Vieram outras Ténérés depois, como a XTZ750 SuperTénéré (grená) 1996 e posteriormente a SuperTénéré (azul) 1997, com as quais rodei bons quilômetros, deixaram saudades.
Agora, depois de um longo período basicamente sobre o assento de motos esportivas, resolvi voltar as origens e comprar uma nova SuperTénéré.
Como “Ténéréiro” que me considero, resolvi, pela minha ótica de consumidor, comentar sobre a incrível evolução dessa dinastia – Ténéré.
Algo bem leve, não vou me aprofundar em técnicas e nem transformar esse texto em um tratado sobre a evolução das Ténérés, vou inclusive limitar-me a esses três modelos apenas, deixando de lado neste momento as não menos importantes: Ténéré 660cc e a 250cc.
André e Klever nas primeiras edições do “Dakar” |
A XT600Z Ténéré, no final dos anos 1980, era, no Brasil a expressão máxima de aventura que uma moto podia trazer. Era basicamente a mesma moto que levava pilotos ao verdadeiro Paris – Dakar (aquele que efetivamente saia de Paris e chegava a Dakar) – incluindo ai os brasileiro Klever Kolberg e André Azevedo.
Mas a aventura naqueles tempos era mais precária, ou seria simplesmente mais legitima?
– os grandes luxos que a XT trazia eram: a partida elétrica, aros de alumínio e o freio a disco na dianteira.
Seu motor monocilíndrico refrigerado a ar e óleo transpirava robustez, seu tanque enorme transmitia confiança de se chegar a qualquer lugar, e a robustez era tamanha que, apesar de ter partida elétrica, o pedal de partida se fazia presente! – sabíamos que nada a podia parar.
Os equipamentos também eram precários, a mochila nas costas dava conta da bagagem (e destroçavam a coluna do motociclista), e em caso de chuva? jornal no peito era a solução!
Já a XTZ750 trazia, poucos anos depois, uma dose massiva de tecnologia, com as quais não estávamos habituados naquele momento.
– motor bicilíndrico conceito gênesis (inclinado 45 graus, paralelos, refrigerado a água e com 5 válvulas por cilindro)
– freios a disco duplos na dianteira e singelo na traseira
– desempenho fantástico, igualando em velocidade final as Honda CBX750F – um feito para uma big trail!
Os equipamentos de pilotagem disponíveis no Brasil ainda eram poucos, pra viagem usava-se uma boa calça jeans, uma jaqueta pesada de “nylon de paraquedas”, uma bota tipo coturno. Lembro-me claramente, naquela época meu pai era piloto de aviação e havia comprado nos USA um “GPS”. Era um monstrengo, que nada tem a ver com os navegadores que conhecemos atualmente. Me lembro em uma ocasião, ter ido pra Serra da Canastra com a Super Ténéré e uns amigos, e portando o GPS a unica informação que eu conseguia dar aos meus amigos eram: altitude e distancia em linha reta da cidade de Franca (SP) – que era representada por um ponto numa tela basicamente negra. Eu sofri “bulling” por conta disso!
Com alguns amigos na serra da canastra, e muitas Ténérés… |
Super Ténéré 1200 (edição especial: 60th anniversary) |
Nick Sanders com a Super Ténéré entre Ushuaia e Alaska! |
Leandro Mello durante as 500 milhas de interlagos – com a Super Ténéré |
E com a mesma moto, apenas pneus e detalhes alterados – competindo prova da FIM de enduro |
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
simplesmente, uma moto fantástica esse mito XT 600….também sonho com uma fazn edo companhia pra minha Dakarzinha…. Parabéns pelo revival e comparação…
simplesmente, uma moto fantástica esse mito XT 600….também sonho com uma fazn edo companhia pra minha Dakarzinha…. Parabéns pelo revival e comparação…
simplesmente, uma moto fantástica esse mito XT 600….também sonho com uma fazn edo companhia pra minha Dakarzinha…. Parabéns pelo revival e comparação…
Demais!
Demais!
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