Os meninos voltaram

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Os “motoqueiros” – Normando, Victor, Diego, Edgard, Fernando, Hélio, Décio e Alexandre. O sorriso na cara diz tudo



Médico, empresários, engenheiros, advogado, aeroviário, administrador, aposentado, diretor industrial, jornalista… Eles nasceram e viveram em lugares distantes, tiveram histórias de vidas opostas e não tinham a menor ligação entre eles, mas foram unidos pela motocicleta.

Se perguntar o que faziam  no começo dos anos de 1980, poucos lembrarão. Escola, trabalho, namoradas, local de moradia, etc.. São detalhes que podem estar perdidos na memória em meio a tantas coisas já vividas.

Mas a moto que tinham (ou sonhavam ter) naquela época está na ponta da língua. O Diego Rosa, por exemplo, já era apaixonado pela sua Honda XL250R (a mesma até hoje!). O Edgard Cotait já fazia pose com sua Agrale 30.0 enquanto o Décio Kerr, de Honda XLX350R já cruzava fronteiras fora do Brasil.
Outro que já viaja, de Honda XLX350R, era Alexandre Leonard. De Vespa PX200 Hélio Veiga rodava pelas ruas de São Paulo enquanto, na vizinha Guarulhos, Fernando Amaral curtia a pequena Garelli.
De Honda XL125S, Cicero descobria Ilhabela, enquanto Victor Gellert rodava com a XLX250R por Ibiúna, SP.
Normando Rolim de Honda CB 400 rodava por Brasília e, depois, já de Agrale 30.0 escalava as estradas de terra da Cordilheira dos Andes.
Todos contam histórias em detalhes desse tempo importante e inesquecível. Resumindo, são apaixonados por motocicletas.

Três décadas depois…

Uma paixão de décadas que percorreu milhões de quilômetros em muitos países pelo mundo e acabou reunindo esses motoqueiros 30 anos depois. Motoqueiros, isso mesmo! Era assim que se intitulavam e assim que se sentem, “motoqueiros de coração, de alma”.

A maioria não se conhecia, nunca se viu. Tiveram carreiras diferentes e moravam em cidades distantes. O médico Décio Kerr cuida de pessoas enquanto Fernando Amaral cuida de cargas de aviões, o jornalista Cicero Lima escreve sobre motos enquanto o empresário Edgard Cotait cuida de sua produção de material de limpeza, Nornando Rolim deixou a atribulada vida de executivo de banco no passado enquanto o engenheiro Victor Gellert mudou para a Alemanha. Mas por culpa dele, que estava tão distante, essa turma se reuniu. Ele sempre desejou uma Honda XLX350R…

Depois dos contatos via internet e telefone, Victor e Diego se conhecem pessoalmente no Brasil – como o interesse é comum, o assunto flui e, apesar de terem vivido em continentes distantes, os dois parecem se conhecer… há 30 anos!

Por muito tempo ele sonhou encontrar uma moto dessa na Europa “foram anos de pesquisa” afirma ele até que encontrou a “mãe” da XLX brasileira: uma XL600RM. De posse dessa raridade, ele resolveu contar a experiência para os leitores do blog Clássicas80. Na postagem “É bom sonhar” ele conta sobre a paixão e a epopeia de comprar a moto.

Desde então começaram os contatos com Diego Rosa, criador do site Clássicas80, Como Victor viria ao Brasil para visitar a família em São Paulo, era a chance de conhecer pessoalmente o Diego e, quem sabe, dar uma volta sua Honda XLX350R.

Aí foi uma grande oportunidade de reunir um monte de gente apaixonada por motos, ouvir histórias e o mais legal, dar uma volta no passado.

Diego já conhecia o Décio (fizeram um Iron Butt juntos em 2001) assim como o Hélio e o Normando. Já conhecia também o Edgard e o Fernando que têm contato mais frequente com o Cicero, assim a turma estava pronta. Diego combinou uma recepção bem legal para o Victor que veio conhecer a XLX 350 e poderia andar nas outras motos, assim como os novos amigos.

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Victor finalmente rodou na XLX 350 que tanto sonhava

Embora todos experientes em grandes viagens, estavam prestes a fazer a viagem mais inusitada de suas vidas: uma grande viagem no tempo.

Eles rodaram naquelas motos que os marcaram na juventude. Acionaram o afogador e foram imediatamente lembrados da importância de um carburador bem regulado. Em seus ouvidos chegou o som metálico dos motores dois tempos enquanto o cheiro do óleo misturado à gasolina entrava em suas narinas.

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Todos pilotaram as motos que quiseram e tiveram a oportunidade de voltar no tempo.


O ronco compassado dos motores quatro tempos emitido pelo escape da XL250R ecoava nas pacatas ruas de Atibaia enquanto aqueles senhores estampavam um grande sorriso na cara. Algumas pessoas paravam para olhar o desfile das clássicas modernas, tão importantes na história do motociclismo brasileiro, todas carburadas – até mesmo a Yamaha YZF R1, ano 2001.

Assim, num mágico sábado de novembro do ano passado, os meninos se reuniram para andar de moto. Vespa PX 200, Agrale Dakar 30.0, BMW R 100 GS Paris Dakar, Yamaha R1 e as Honda XL 125, XL 250 e XLX 350.

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As motos e os “meninos” prontos para mais uma volta pela cidade
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Diego Rosa – apaixonado pelas motos – colecionando historias e amigos!
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Edgard Cotait – que na sua juventude curtia com a Agrale, entrou em êxtase ao passear nas clássicas durante o encontro! 

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Alexandre Leonard – apaixonado por bigtrails, começou em uma XLX350R – e teve a oportunidade de pilota-la novamente!

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Décio Kerr – completou 75 anos no dia do encontro, mas parecia um jovem ao lidar com as motocicletas, habilidoso nas partidas à pedal, transmitindo seu entusiasmo à turma toda!

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Normando Rolim – acima em 1993 – equipado com sua jaqueta “california racing” montado na Agrale Dakar 30.0 na Cordilheira dos Andes – curtiu demais o encontro dos amigos!

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Fernando Amaral – literalmente voltou a infância durante o encontro, sorria durante toda a pilotagem, “pedalava”a XL125S nas subidas, “azucrinava” com o som do escapamento da Agrale… tudo conforme fazíamos naquela época! Parece ter divertido-se mais que os demais!

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Hélio Veiga curtia sua vespa em São Paulo – Capital, enquanto descobria a liberdade que uma motocicleta pode proporcionar! – pirou ao subir na Vespa 30 anos depois!

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Victor Gellert,que ha 25 anos vive na Alemanha, sonhava em andar novamente em uma XLX350R.

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Cicero Lima – quando aventurava-se com a XL125S na praia ou a Agrale pela América do Sul, não podia imaginar o quão longe as motos podiam leva-lo… hoje, Jornalista especializado – acabou tendo a moto como profissão!

Entre elas havia algo em comum: todas são carburadas, nada de injeção eletrônica e outros recursos modernos e, ainda por cima, exigem respeito. Elas têm vontade própria, precisam ser entendidas e suas vontades atendidas.

Naquele sábado, elas foram entendidas e a paixão de andar de moto mostrou que não importa o tempo, a idade e a história de cada motoqueiro (ou motociclista), um dia eles se reunirão como faziam no passado. Seja numa parada a beira da estrada (para arrumar algo na moto) ou simplesmente fumar um cigarro, como era comum na época – quando não havia tanta chatice no mundo. 
Naquele sábado as motos ganharam ainda mais respeito e aqueles senhores, que não se conheciam, voltaram a ser meninos curtindo uma simples (e divertida) volta de moto. 

Veja no vídeo abaixo momentos incríveis, as clássicas rodando juntas, depoimentos, viagens, emoções e histórias dessa turma toda.

fotos (atuais)Bettina Theisinger 

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13 comentários sobre “Os meninos voltaram

  • putz, que legal esse encontro de amigos, quem sabe na próxima aparece mais motos clássicas e amigos clássicos também… já imaginou um encontro ai na sua cidade Diego… eu convido os amigos Agraleiros e enchemos de nostalgia ai…

    Resposta
  • putz, que legal esse encontro de amigos, quem sabe na próxima aparece mais motos clássicas e amigos clássicos também… já imaginou um encontro ai na sua cidade Diego… eu convido os amigos Agraleiros e enchemos de nostalgia ai…

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  • putz, que legal esse encontro de amigos, quem sabe na próxima aparece mais motos clássicas e amigos clássicos também… já imaginou um encontro ai na sua cidade Diego… eu convido os amigos Agraleiros e enchemos de nostalgia ai…

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  • Excelente vídeo! Acho que o grande lance é a conexão dessas motocicletas com um período mágico de nossas vidas. Relembrar a juventude não tem preço!

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  • Que bacana!!!! Como eu gostaria de ter encontrado vocês neste dia e ter me incorporado ao comboio com minha velha Dakariana. Parabéns Cavalheiros.

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  • Que bacana!!!! Como eu gostaria de ter encontrado vocês neste dia e ter me incorporado ao comboio com minha velha Dakariana. Parabéns Cavalheiros.

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  • Que bacana!!!! Como eu gostaria de ter encontrado vocês neste dia e ter me incorporado ao comboio com minha velha Dakariana. Parabéns Cavalheiros.

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