Propostas diferentes – Honda XL, XR e NX
Com base mecânica similar, mas propostas muito diferentes, essas três series da Honda – XL, XR e NX fizeram parte de nossa vida como motociclistas. Embora de forma tímida, nós brasileiros tivemos acesso a algumas motos das três linhas.
Infelizmente as linhas, tão amplas no exterior, aqui foram representadas por apenas algumas motos, muitas vezes confundidas entre si. E é dessa confusão que a gente vai falar hoje.
A Base mecânica é similar
O motor costuma ser um item comum às séries e todos, invariavelmente, são propulsores quatro tempos, em sua grande maioria monocilíndricos e refrigerados a ar. As cilindradas variaram das pequenas 50cc até exageradas 1.000cc, mas o foco maior foi na faixa das 125cc a 600cc.
Mas as propostas são diferentes
A proposta da linha XL
Aqui no Brasil, nos anos 1970, recebemos a XL250 Motosport, monocilíndrica, 250cc, refrigerada a ar, comando simples no cabeçote. Seu motor possuía 4 válvulas, com partida a pedal e cambio de 5 marchas. Suspensão traseira com dois amortecedores hidráulicos e freios a tambor.
Depois, já nos anos 1980, a XL 250R (chamada de japonesa pois tinha maior parte dos componentes importados), a XLX 250R, a XL125S e a XLX 350R completaram a linha.
Meio fora de contexto, mas não podiam ficar de fora, a Transalp e da grandalhona Varadero, pouca gente se lembra, mas as duas, mesmo com seus motores bi cilíndricos em V, também receberam a denominação XL.
As XL foram criadas se enquadrando na categoria DUAL SPORT, são motos que tem visual de moto off road, compartilham muitas peças e características entre elas, mas receberam itens de iluminação e conveniência para se tornarem motos aptas a rodarem em vias públicas. Garantindo boa diversão no uso urbano e fora de estrada, são consideradas “on-off-road”
E as XR
Essa série já leva o tema off road mais a sério, com suspensões de curso bem maior, relações de transmissão mais reduzidas, normalmente já equipadas de fábrica com pneus de cravo, aros de alumínio, e em muitos casos não traziam espelhos, setas e demais acessórios urbanos.
Aqui no Brasil recebemos uma boa leva de “XR” importadas nos anos 1990, as XR 400, XR 600 e XR 650 eram as mais comuns, motos extremamente resistentes. Tivemos também a XR 200, fabricada no Brasil mas com visual fiel as suas irmãs de maior cilindrada importadas e a XR 250 Tornado, que marcou a volta das off road 250cc depois de quase 10 anos fora de produção no pais.
Conheça por exemplo, a XR 650 que pertenceu ao piloto Zé Hélio, e passou por nossas paginas.
As NX com um propósito mais urbano
Uma tendência que surgiu no final dos anos 1980, urbanizar ainda mais as motos trail.
Com carenagens de farol fixas, maior proteção aerodinâmica, melhor acabamento, assentos mais confortáveis, relações de transmissão mais alongadas, mas, ainda assim, mantendo o aro 21 na dianteira, em uma mescla interessante de off e on road. Assim surgiram as “Fun Bikes”.
Aqui no Brasil eram comuns as NX 150 – encantadoramente bonitas, em linha com o que se fazia no Japão, depois as 200cc.
Já a NX 350 Sahara, foi uma adaptação “Made in Brazil” da XLX 350R, nada errado até ai, mas a pisada na bola foi que a criaram como uma filhote, visualmente falando, da Africa Twin de 750cc (que na época conhecíamos apenas por revistas, pois a importação ainda era proibida no País).
A moto era bonita e imponente, mas epa! Como assim? A África Twin nunca foi uma NX. Ela nasceu XRV!!! (e detalhe, as “África Twin” atuais, de 1000cc, são CRF 1000L) Eita que lambança!
A Falcon também foi uma NX, mas já em um momento em que a linha perdia o brilho, de fato a história das NX foi meio conturbada por aqui, com influências não muito acertadas de outras linhas.
E por último, mas não menos importante, vale lembrar que em 1992 e 1993 a Honda importou oficialmente algumas unidades da NX 650 Dominator.
Pouca variedade
A pequena quantidade de motos disponíveis em nosso mercado nos anos 1980 e inicio dos 1990 fica clara ao fim dessa nossa conversa. Isso nos obrigou a fazer uso indevido de muitas delas, tirando carenagem de NX pra usar na trilha, colocando XR na estrada e assim por diante.
Durante todo o texto, citando todas as motos que conseguíamos comprar naquela época (desculpe se algum modelo ficou pra trás), sobra dedo na mão para contá-las.
Enquanto isso, no exterior, foram mais de 20 modelos apenas na linha XR, sem falar no tanto de XL que havia por lá.
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
MT interessante !!
Mas o mercado de motos do Brasil estava preparado e com poder aquisitivo para tantas variedades de modelos ?
Gostaria de sugerir uma matéria sobre as motos da sua coleção, afinal pelo que sei só tem moto top !!!
Olá José Souza. Sem duvida o mercado engatinhava, a venda era pequena e não se justificaria uma linha enorme de modelos. Sobre as materias das motos do acervo, voce encontra bastante coisa publicada no site, consulte no menu principal – SEÇÕES – NAQUELE TEMPO – GARAGEM – as motos que estão na seção GARAGEM fazem parte do acervo. No canal @motosclassicas80 do YouTube também tem alguns vídeos delas. abraço e obrigado pelo comentário
Época, Épicas(Para a marca, modelos e os seus lançamentos) para um público celeto do motociclismo mundial, quê até os dias de hj adora voar e curtir adrenalina pura e por aqi, fiz parte, tive e ainda tenho a minha;
Saudações ao motociclismo!!!
Tenho uma xl 125 s ano 84 , to vendendo tiver algum interesse entra em contato
Olá!
Bela matéria, faltou a foto da “inoxidável” XLX 350R, tive 3, hoje tenho uma Domineitor Nx650 1993, uso quase todos os dias, pra tudo!!
Ótimo conteúdo! Me tira uma dúvida?
Qual sua opinião sobre a XRE, em relação a DNA, tudo bem que o nome começa com “XR”, mas oq dizer sobre o paralamas baixo, seria a XRE uma sucessora da Falcon? Na sua opinião ela está mais para Falcon ou para Tornado?
é uma opinião apenas… a XRE está mais pra falcon do que pra tornado. se enquadraria como NX, eu penso. Mas a nomenclatura vem mudando, observe que a Africa Twin era XRV e agora a Africa Twin é CRF. ai embaralhou tudo! rssss
Eu já tive um cavalo XLX Honda muito bom,sinto saudades.
Hoje só me restou soudades, quero uma más não tenho como comprar.
Boa noite!!! Tenho aqui na coleção uma NX Sahara 350 ano 91, inteira original, com 8900km originais. Andando na moto é como se fosse zero km, que qualidade de moto. Parabéns pelo conteúdo.
parabens!
Quais as cores tinha a Nx 150? Seria muito legal ver um resumo da história dessas lendas.
foi lancada em vermelho e azul. depois novas cores. na matéria sobre as NX nós exploramos essas versoes, confira: http://motosclassicas80.com/2020/02/06/honda-nx150-inicio-de-uma-nova-era/
Bela matéria, possuo uma nx 350 97 apesar de estar em excelente estado de conservação praticamente 100% original é de meu uso diário e também em estradas, me divirto pilotando a moto, acredito estar utilizando realmente para sua proposta, abraços e fiquem com Deus
Sim si alguém pretende fazer uma doação de uma moto Honda XL250r. Não esqueça de mim,vou ficar muito feliz.
Bomfim é meu nome, bom será o seu.
Adorei a reportagem, pois estava pesquisando sobre a minha XR 200R 1995 vermelha, e cheguei em vc. Parabéns. Mas se me permite, por um acaso vc teria a imagem desta minha moto original de fábrica, no caso o “Folder Catálogo Folheto Prospecto Honda XR 200R”. Pois em 2025 pretendo restaurar a nível de fábrica está minha moto. Posso, sem abusar, contar com sua ajuda? Desde já, muito obrigado!
na seção downloads tem fotos de muitos modelos da honda em altissima definição. da uma conferida. abs
Eita, bateu saudades da XR-200R que tive em 2001, preta e amarela” Gostava muito dela, mas nunca a pus no barro, usava para viajar, exatamente como você exemplificou. Creio que, até o começo dos anos 2000, essa clara diferenciação entre as famílias ainda era respeitada, pois tínhamos os três clãs representados (XLR 125, XR 250 Tornado e NX4 Falcon). Depois, começou a lambança que temos nos dias de hoje, em que as máquinas perderam a sua ancestralidade e motocas de linhagem diferente acabam substituindo as anteriores. Exemplos: NXR Bros, que entrou no lugar da XLR 125; NX-350 Sahara (sucedida pela irmã Falcon) que aposentou a XLX 350R; XRE 300 que substituiu a NX4 Falcon. Acredito que não teremos mais uma ampla linha como outrora, visto que a indústria, atualmente, parece orientar-se mais pela cilindrada e porte da moto do que pela sua vocação (temos, praticamente, um só modelo para representar determinado estilo e faixa de preço).