Off road sem frescura

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“Se você comprar uma moto, pode sair de casa!” “Enquanto eu estiver viva, moto não entra nessa casa…” Quantas frases assim não ecoaram entre as paredes de muitas casas por esse Brasil, principalmente nos anos de 1970 e 1980. Época que a motocicleta era puro símbolo de rebeldia. Ah, lembrei de outra: “você quer me matar aos poucos” bradava a mãe, afllita com a notícia que a filha namorava um motoqueiro…. Quem viveu, lembra bem….

Mas o papo de hoje é justamente ao contrário, quero falar de uma família onde avô, pai e filho se uniram pela mesma paixão: a motocicleta! Mas não apenas a moto, o MOTOCROSS. Mas estou falando de off-road “das antigas”, aquele de calça “rancheira” e coturno lá nos rincões de Santa Catarina.

Essa história surgiu hoje, pelo Facebook do economista Ralf Alberto Schumann, de Blumenau (SC). Em sua página ele postou a foto abaixo que, junto com o texto, chamou minha atenção.

Há 40 anos atrás em 06/06/1982 , eu tinha 16 anos e estava no motodromo do município de Guabiruba (SC). Foi a minha primeira participação numa prova de motocicletas. Adolescente na época, fiquei muito feliz de realizar um sonho, que realizo até hoje quando piloto uma motocicleta , mesmo que seja por diversão e não mais competição , mas com a mesma paixão pelo motociclismo . Gratidão eterna ao meu pai , que também foi um entusiasta por motos e registrou em imagens tantos momentos como este. Saudades .

Como jornalista não poderia deixar passar uma imagem dessa sem tentar saber mais e, claro, dividir com os amigos do Motos Clássicas 80. A imagem resume toda a paixão e precariedade de uma época. Na foto Ralf está alinhando com sua Turuna, ano 1981, para competir em suas primeiras provas de veloterra, depois partiu para a Yamaha 2T, uma RS125, ano 1979, “um foguete”.

Segundo Ralf, a largada era o momento que ele mais gostava “com toda aquela adrenalina”. Na foto a Categoria 125 Standart

Olha a receita da época para competir: “Minha Turuna eu mesmo preparei com a orientação do Beto da MotoJap. Na categoria que comecei só era permitido conversão obrigatória para o Álcool e restante da moto só podia retirar os acessórios e manter caixa do filtro carburação e cilindrada original. Dei uma limada nos dutos de admissão e escape, era permitido, assim como escapamento livre”.

“Equipamento era escasso , não tinham muitas indústrias no Brasil de roupas e equipamentos offroad e nem lojas . Eu que abri uma empresa de representações e fui para São Paulo e voltei como representante comercial da WT roupas , Dainese capacetes , Circuit , Endurance plásticos , botas Skya, do Rio Grande do Sul e comecei a vender para as lojas aqui de Santa Catarina”.

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Seus avós paternos Harry e Gertrudes, na Jawa CZ 250, ao lado Ralf e o pai, de quem herdou a paixão pelas motos e também o nome. No começo Ralf, filho, teve o apoio da Equipe MotoJap e depois da Universal Yamaha – por isso o uniforme que mostrava evolução do esporte

Enquanto conversavamos (via Whtasapp) surgiam outros detalhes da época. Entre eles Ralf manou a imagem de uma capa da revista Duas Rodas, que publicou uma matéria sobre as corridas catarinenses em 1982. Com o título AS LOUCAS CORRIDAS CATARINENSES, o artigo foi publicada na edição 83, de 1982.

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Aos 56 anos, nas veias de Ralf ainda corre o amor pela motocicleta e o off-road. Tem uma Kawasaki KX 450 X 2021 “para brincar no sítio” e uma uma BMW F850 2020 para passear. As fotos abaixo mostram a evolução das motos e equipamentos, mas algo parece não ter mudado: a paixão pelo off-road.

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Ralf com sua Yamaha RS e o estilo “anos 80”, depois com a Kawa e a BMW: “não tínhamos equipamentos, era tudo no improviso com m uita diversão e adrenalina…”


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7 comentários sobre “Off road sem frescura

  • Muito legal mesmo essa matéria. Eu tenho essa revista Duas Rodas com a reportagem das corridas de velocidade em pistas de terra. Deve ser mesmo muito legal. Show.

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  • Não havia Nutella naquela época hahaha é um saudosismo muito positivo. Quem é apaixonado por motos e motores, reviveu muita coisa nessa matéria.

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  • Época mágica! Fazia trilhas na Serra do Japi, em Jundiaí. Subida do diabo, Rua Bauru, Túnel do tempo, torre do canal 2, pilotando XL 250 R 84 vermelha. As vezes ia pra Atibaia na Pedra Grande pessoal pulava de asa delta paraglider. Valeu a VIAGEM, obrigado

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  • Muito legal mesmo essa história. Nos faz lembrar de muitas coisas…

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  • Em 1979 adquiri minha cg 125 azul,usei muito p trabalhar e viajar.
    Tempo bom, saudades imensa desta época

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  • Tempos maravilhosos.
    No Rio as corridas do Leme que participei fora épicas, depois no Country em Campo Grande, em BH a pista de Betim era desafiadora com um decidão de arrepiar.
    Beijão, da equipe HMR, na época, de Vitória ES.

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  • Anos 70e80 bons tempos.eu era um jovem com poucos recursos mas a TT 125fuçada kk dava muita alegria.dividiamos as provas com a mesma máquina 2Tempos e usávamos óleo m50 na mistura.que cheiro hem.

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